byGicel

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Vida de Maria- mãe de Jesus

 
Segundo a tradição católica estima-se que a Virgem Maria teria nascido a 8 de setembro, num sábado, data em que a Igreja festeja a sua Natividade. Também é da tradição pertencer à descendência de Davi - neste sentido existem relatos de Inácio de Antioquia, Santo Irineu, São Justino e de Tertuliano - consta ainda dos "apócrifos" Evangelho do nascimento de Maria e do Protoevangelion e é também de uma antiga tradição que remonta ao século II que seu pai seria São Joaquim, descendente de Davi, e que sua mãe seria Sant'Ana, da descedência do Sacerdote Aarão.
De acordo com o costume judaico aos três anos, Maria teria sido apresentada no Templo de Jerusalém, é também da tradição que ali teria permanecido até os doze anos no serviço do Senhor, quando então teria morrido seu pai, São Joaquim.
Com a morte do pai teria se transferido para Nazaré, onde São José morava. Três anos depois realizar-se-iam os esponsais.


Vida de Maria- mãe de Jesus

Segundo a tradição católica estima-se que a Virgem Maria teria nascido a 8 de setembro, num sábado, data em que a Igreja festeja a sua Natividade. Também é da tradição pertencer à descendência de Davi - neste sentido existem relatos de Inácio de Antioquia, Santo Irineu, São Justino e de Tertuliano - consta ainda dos "apócrifos" Evangelho do nascimento de Maria e do Protoevangelion e é também de uma antiga tradição que remonta ao século II que seu pai seria São Joaquim, descendente de Davi, e que sua mãe seria Sant'Ana, da descedência do Sacerdote Aarão.
De acordo com o costume judaico aos três anos, Maria teria sido apresentada no Templo de Jerusalém, é também da tradição que ali teria permanecido até os doze anos no serviço do Senhor, quando então teria morrido seu pai, São Joaquim.
Com a morte do pai teria se transferido para Nazaré, onde São José morava. Três anos depois realizar-se-iam os esponsais.

Nos Evangelhos

O papel que ocupa na Bíblia é mais discreto se comparados com a tradição católica. Os dados estritamente biográficos derivados dos Evangelhos dizem-nos que era uma jovem donzela virgem (em grego), quando concebeu Jesus, o Filho de Deus. Era uma mulher verdadeiramente devota e corajosa. O Evangelho de João menciona que antes de Jesus morrer, Maria foi confiada aos cuidados do apóstolo João e a Igreja Católica viu aí que nele estava representada toda a humanidade, filha da Nova Eva.
É dezenove vezes citada no Novo Testamento, entre elas: «A virgem engravidará e dará à luz um filho ... E ele lhe pôs o nome de Jesus.» (Mateus 1:23-25), "Você ficará grávida e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Jesus. ... será chamado Filho do Altíssimo." Maria pergunta ao anjo Gabriel: "Como acontecerá isso, se sou virgem?" O anjo respondeu: «O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com a sua sombra. Assim, aquele que nascer será chamado santo, Filho de Deus.» (Lucas 1:26-35).
As passagens onde Maria aparece no Novo Testamento são:
  • A visitação à sua prima Isabel e o Magnificat (Lc. 1,39-56).
  • O nascimento do Filho de Deus em Belém, a adoração dos pastores e dos reis magos (Lc. 2,1-20).
  • A Sua purificação e a apresentação do Menino Jesus no templo (Lc. 2,22-38).
  • À procura do Menino-Deus no templo debatendo com os doutores da lei (Lc. 2,41-50).
  • Meditando sobre todos estes fatos (Lc. 2,51).
  • Nas bodas de Casamento em Caná, na Galiléia. (João 2:1-11)
  • À procura de Cristo enquanto este pregava e o elogio que Lhe faz (Lc. 8,19-21) e (Mc. 3, 33-35).
  • Stabat Mater - Ao pé da Cruz quando Jesus aponta a Maria como mãe do discípulo e a este como seu filho (Jo, 19,26-27).
  • Depois da Ascensão de Cristo aos céus, Maria era uma das mulheres que estavam reunidas com restantes discípulos no derramamento do Espírito Santo no Pentecostes e fundação da Igreja Cristã. (Atos 1:14; Atos 2:1-4)

Nos Evangelhos Maria faz uso da palavra por sete vezes, três delas dirigidas ao Anjo da Anunciação, o Magnificat em resposta a Isabel, duas dirigidas ao seu Filho e uma só e última vez dirigida aos homens (aos servos das bodas de Caná) que a Igreja Católica conserva com todo o valor de um testamento:
  • Como poderá ser isto, se não conheço varão? (Lc. 1,34).
  • "Eis aqui a serva do senhor, faça-se em mim, segundo a Tua palavra (Lc 1:38)
  • "A minha alma engrandece o Senhor." (Lc. 1,46-55)
  • "Filho, porque fizeste isto conosco? eis que teu pai e eu te procurávamos angustiados." (Lc. 2,48).
  • "Não têm mais vinho"... (Jo. 2,3).
  • "Fazei tudo o que Ele vos disser" (Jo.2,5).

Nos Evangelhos por oito vezes a palavra é dirigida a Maria:
  • A saudação do anjo: Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo. (Lc.1,28).
  • O anúncio da Encarnação: Eis que conceberás no teu seio e darás à luz um filho a quem porás o nome de Jesus. (Lc. 1,30-33).
  • Por obra e graça do Espírito Santo: O Espírito Santo descerá sobre ti e o poder do altísimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o que nascer será chamado Santo, Filho de Deus. (Lc. 1,35-37).
  • Simeão Lhe fala da espada que trespassará o coração: ...e uma espada trespassará a tua própria alma a fim de que se descubram os pensamentos de muitos corações. (Lc. 2,34).
  • Isabel ao responder à sua saudação: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! (Lc.1, 42-45).
  • O Menino-Deus a responde no templo: Por que me buscáveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai? (Lc. 2,49)
  • Cristo em Caná:Respondeu-lhe Jesus: Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou. . (Jo.2,4)
  • Por Cristo na Cruz: Jesus, vendo a sua Mãe e, junto dEla, o discípulo que amava, disse à sua Mãe: "Mulher, eis aí o teu filho." Depois disse ao discípulo: "Eis aí a tua Mãe." E daquela hora em diante o discípulo a levou para sua casa. (Jo. 19,26-27).
As sete dores de Maria

A historiagrafia de Maria colhe uma tradição fundada nos evangelhos que venera as Suas Sete Dores, são sete momentos da sua vida em que passou por sofrimento humano notável:
  • Primeira dor: A profecia de Simeão.
  • Segunda dor: A fuga para o Egipto.
  • Terceira dor: Jesus perdido no Templo.
  • Quarta dor: Maria encontra o seu Filho com a cruz a caminho do Calvário.
  • Quinta dor: Jesus morre na Cruz.
  • Sexta dor: Jesus é descido da Cruz e entregue a sua Mãe.
  • Sétima dor: O corpo de Jesus é sepultado.
A Dormição

Não há registros históricos do momento da morte de Maria. Diz uma tradição cristã que ela teria morrido (Dormição da Virgem Maria) no ano 42 d.C. e seu corpo depositado no Getsêmani.
Desde os primeiros séculos, usou-se a expressão dormitação, do lat. dormitáre, em vez de "morte". Alguns teólogos e mesmo santos da Igreja Católica, por devoção, sustentam que Maria não teria morrido, mas teria "dormitado" e assim levada aos Céus; outra corrente, diversamente, sustenta que não teria tido este privilégio uma vez que o próprio Jesus passou pela morte.
Na liturgia bizantina a festa da dormição ocorre no dia 31 de agosto, é a Dormição da SS. Mãe de Deus, "Kóimesis" em grego e Uspénie em língua eslava eclesiástica, termos que se referem ao ato de dormir. A partir de 1 de agosto, na Igreja oriental e bizantina (ortodoxos e greco-católicos) inicia-se a preparação para esta festa. O dia 15 de agosto foi estabelecido pelo imperador Maurício (582-602), do Império Romano do Oriente, mantendo assim uma antiga tradição, no Ocidente foi introduzida pelo Papa Sérgio I.
Do ponto de vista oficial do magistério, entretanto, a Igreja Católica, sobre esta matéria, nunca se pronunciou, o que coloca o tema na livre devoção dos fiéis. Reservou-se ao dogma apenas o tema da Assunção em si. Sobre a dormição de Maria, entretanto, João Paulo II assim se manifestou:
(...) O Novo Testamento não dá nenhuma informação sobre as circunstâncias da morte de Maria. Este silêncio induz supor que se produziu normalmente, sem nenhum fato digno de menção. Se não tivesse sido assim, como teria podido passar desapercebida essa notícia a seu contemporâneos sem que chegasse, de alguma maneira até nós?
No que diz respeito às causas da morte de Maria, não parecem fundadas as opiniões que querem excluir as causas naturais. Mais importante é investigar a atitude espiritual da Virgem no momento de deixar este mundo. A este propósito, São Francisco de Sales considera que a morte de Maria se produziu como efeito de um ímpeto de amor. Fala de uma morte "no amor, por causa do amor e por amor" e por isso chega a afirmar que a Mãe de Deus morreu de amor por seu filho Jesus (Tratado do Amor de Deus, Liv. 7, cc. XIII-XIV).
Qualquer que tenha sido o fato orgânico e biológico que, do ponto de vista físico, Lhe tenha produzido a morte, pode-se dizer que o trânsito desta vida para a outra foi para Maria um amadurecimento da graça na glória, de modo que nunca melhor que nesse caso a morte pode conceber-se como uma "dormição".

Dogmas

Segundo a doutrina da Igreja Católica, Maria está associada aos seguintes dogmas de :
  • Maternidade Divina - Proclamado pelo Concílio de Éfeso em 431, como sendo a "Mãe de Deus" (em grego Theotokos e em latim Mater Dei): o Concílio de Éfeso proclamou que "se alguém não confessa que o Emmanuel é verdadeiramente Deus, e que por isso a Santíssima Virgem é Mãe de Deus, já que engendrou segundo a carne o Verbo de Deus encarnado, seja anátema "(...). Segundo São Tomás de Aquino "A Santíssima Virgem, por ser Mãe de Deus, possui uma dignidade, de certo modo infinita, derivada do bem infinito que é Deus".
  • Virgindade Perpétua - Virgem antes, durante e depois do parto.
  • Santidade absoluta - Cheia de graça (gratia plena) por toda a sua existência.
  • Imaculada Conceição - Concebida sem a mancha do pecado original. O Papa Pio IX, na Bula Ineffabilis Deus, fez a definição oficial do dogma da Imaculada Conceição, aos 8 de Dezembro de 1854.
  • Assunção aos Céus - Refere-se à elevação de Maria em corpo e alma ao Céu. Este dogma foi proclamado pelo Papa Pio XII em 1 de Novembro de 1950, na encíclica Munificentissimus Deus.

Imaculada Conceição
  • Na bula dogmática Ineffabilis Deus, foi feita a definição oficial do dogma da Imaculada Conceição; nela, em 8 de dezembro de 1854 disse Pio IX: (...) que a doutrina que defende que a beatíssima Virgem Maria foi preservada de toda a mancha do pecado original desde o primeiro instante da sua concepção, por singular graça de privilégio de Deus Onipotente e em atenção aos merecimentos de Jesus Cristo salvador do gênero humano, foi revelada por Deus e que, por isso deve ser admitida com fé firme e constante por todos os fiéis.
  • Em 8 de setembro de 1953, Pio XII através da Carta encíclica Fulgens corona anunciou a celebração do "Ano Mariano" comemorativo do primeiro centenário da definição do dogma da "Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria".
  • Em 5 de dezembro de 2007, Bento XVI fez tornar público decreto que concede indulgência plenária aos fiéis que cumprirem as condições nele estabelecidas, por ocasião do "150º. aniversário da manifestação da Beata Virgem Maria na Gruta de Massabielle, próximo a Lourdes".
Títulos

A profunda devoção dos católicos por todo o mundo a encobriu de títulos como:
Nossa Senhora de Nazaré,
Nossa Senhora da Conceição Aparecida,
Nossa Senhora da Conceição,
Nossa Senhora das Neves,
Nossa Senhora do Rosário,
Nossa Senhora dos Remédios,
Nossa Senhora de Guadalupe,
Nossa Senhora das Dores,
Nossa SenhoraAuxiliadora,
Nossa Senhora da Assunção,
Nosa Senora do Bom Parto,
Nossa Senhora do Bom Sucesso,
Nossa Senhora de Lourdes,
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro,
Nossa Senhora do Carmo,
Nossa Senhora da Salete,
Nossa Senhora Desatodora de Nós,
Nossa Senhora da Penha,
Nossa Senhora da Luz,
Nossa Senhora da Divina Providência,
Nossa Senhora do Desterro,
Nossa Senhora das Graças,
Nossa Senhora da Guia,
Nossa Senhora de Fátima, dentre outros.
Na "Ladainha de Nossa Senhora" estão enumerados os títulos com que os católicos a homenageiam numa tradição milenar. O mais recente destes títulos - Regina Familiae, Rainha das Famílias - foi mandado acrescentar pelo Papa João Paulo II em 1995. Há uma crença geral de que foi ele quem também incorporou à ladainha o título de Regina Pacis (Rainha da Paz), mas quem o fez foi Bento XV, em 1917, ao mesmo tempo em que pedia para que todos os católicos rezassem pelo fim da I Guerra Mundial.
Padroeira do Brasil
Nossa Senhora Aparecida ou Nossa Senhora da Conceição Aparecida é considerada a padroeira do Brasil. O seu santuário localiza-se em Aparecida, no atual Estado de São Paulo, e a sua festa é comemorada, anualmente, a 12 de Outubro.
No Brasil, na Revolução de 1930, o culto a Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi proclamado oficialmente, recebendo ela o título de Rainha e Padroeira do Brasil, na presença de autoridades eclesiásticas e do então presidente Getúlio Vargas. Para incentivar a sua devoção, na década de 1950, foi inaugurada a Rádio Aparecida, em 1999 foi instituída a Campanha dos Devotos e, no dia 8 de Setembro de 2005, inaugurou-se a TV Aparecida.

Padroeira de Portugal

Nas Cortes de Lisboa de 1645-1646, em 25 de Março de 1646 declarou El-Rei D. João IV que tomava a Nossa Senhora da Imaculada Conceição por padroeira do Reino de Portugal. Ordenou o mesmo soberano que os estudantes na Universidade de Coimbra, antes de tomarem algum grau, jurassem defender a Imaculada Conceição da Mãe de Deus.
D. João IV não foi o primeiro monarca português que colocou o reino sob a protecção da Virgem Maria, apenas tornou permanente uma devoção a que os reis portugueses recorriam em momentos críticos para o reino: D. João I já tinha deixado nas portas da capital uma inscrição louvando a Virgem, e mandado construir o Convento da Batalha, na Batalha, e seu companheiro, D. Nuno Álvares Pereira, mandado construir o Convento do Carmo, em Lisboa.

A HISTÓRIA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS

Blog de direitodosanimais :Proteção aos animais, A HISTÓRIA DE SÃO FRANCISCO DE  ASSIS
ão Francisco de Assis nasceu na cidade de Assis, na Itália, em 1181. Filho de um rico comerciante de tecidos, Francisco Bernardone, nome de batismo, tirou todos os proveitos de sua condição social vivendo entre os amigos boêmios. Tentou como o pai seguir a carreira de comerciante, mas a tentativa foi em vão.
Sonhou então, com as honras militares. Aos vinte anos, alistou-se no exército de Gualtieri de Brienne que combatia pelo papa, mas em Spoleto teve um sonho revelador.
Foi convidado a trabalhar para "o Patrão e não para o servo". Suas revelações não parariam por aí. Em Assis, o santo dedicou-se ao serviço de doentes e pobres. Um dia do outono de 1205, enquanto rezava na igrejinha de São Damião, ouviu a imagem de Cristo lhe dizer: "Francisco, restaure minha casa decadente". O chamado ainda pouco claro para São Francisco foi tomado no sentido literal, e o santo vendeu as mercadorias da loja do pai para restaurar a igrejinha. Como resultado, o pai de São Francisco, indignado com o ocorrido, deserdou-o.
Com a renúncia definitiva aos bens materiais paternos, São Francisco deu início à sua vida religiosa, "unindo-se à Irmã Pobreza". Fundou a Ordem dos Frades Menores, que em poucos anos se transformou numa das maiores da Cristandade. Fundou, com Clara de Assis, o ramo feminino da mesma Ordem. Para os leigos que viviam no mundo, mas desejavam ser fiéis ao espírito de pobreza e participar das graças e privilégios da espiritualidade franciscana, fundou a Ordem Terceira.

A devoção a Deus não se resumiria em sacrifícios, mas também em dores e chagas. Enquanto pregava no Monte Alverne, nos Apeninos, em 1224, apareceram-lhe no corpo as cinco chagas de Cristo, no fenômeno denominado "estigmatização". Os estigmas não só lhe apareceram no corpo, como foram sua grande fonte de fraqueza física e, dois anos após o fenômeno, São Francisco de Assis foi chamado ao Reino dos Céus.

O amor de Francisco tem um sentido profundamente universalista. Ninguém como ele irmanou-se tanto com todo o universo: foi irmão do sol, da água, das estrelas, das aves e dos animais. O "Cântico ao Sol", em que proclama seu amor a tudo que existe, é uma das mais lindas páginas da poesia cristã. Canonizado em 1228 por Gregório IX, sua festa é celebrada a 4 de outubro.

Os encantos de Iemanjá

Com o casamento de Obatalá, o Céu, com Odudua, a Terra, que se iniciam as peripécias dos deuses africanos. Dessa união nasceram Aganju, a Terra, e Iemanjá (yeye ma ajá = mãe cujos filhos são peixes), a Água. Como em outras antigas mitologias, a terra e a água se unem. Iemanjá desposa o seu irmão Aganju e tem um filho, Orungã.
Orungã, o Édipo africano, representante de um motivo universal, apaixona-se por sua mãe, que procura fugir de seus ímpetos arrebatados. Mas Orungã não pode renunciar àquela paixão insopitável. Aproveita-se, certo dia, da ausência de Aganju, o pai, e decide-se a violentar Iemanjá. Essa foge e põe-se a correr, perseguida por Orungã. Ia esse quase alcançá-la quando Iemanjá cai no chão, de costas e morre. Imediatamente seu corpo começa a dilatar-se. Dos enormes seios brotaram duas correntes de água que se reúnem mais adiante até formar um grande lago. E do ventre desmesurado, que se rompe, nascem os seguintes deuses: Dadá, deus dos vegetais; Xango, deus do trovão; Ogum, deus do ferro e da guerra; Olokum, deus do mar; Oloxá, deusa dos lagos; Oiá, deusa do rio Niger; Oxum, deusa do rio Oxum; Obá, deusa do rio Obá; Orixá Okô, deusa da agricultura; Oxóssi, deus dos caçadores; Oké, deus dos montes; Ajê Xaluga, deus da riqueza; Xapanã (Shankpannã), deus da varíola; Orum, o Sol; Oxu, a Lua.
Os orixás que sobreviveram no Brasil foram: Obatalá (Oxalá), Iemanjá (por extensão, outras deusas-mães) e Xango (por extensão, os outros orixás fálicos).
Com Iemanjá, vieram mais dois orixás yorubanos, Oxum e Anamburucu (Nanamburucu). Em nosso país houve uma forte confluência mítica: com as Deusas-Mães, sereias do paganismo supérstite europeu, as Nossas Senhoras católicas, as iaras ameríndias.
A Lenda tem um simbolismo muito significativo, contando-nos que da reunião de Obatalá e Odudua (fundaram o Aiê, o "mundo em forma"), surgiu uma poderosa energia, ligada desde o princípio ao elemento líquido. Esse Poder ficou conhecido pelo nome de Iemanjá.
Durante os milhões de anos que se seguiram, antigas e novas divindades foram unindo-se à famosa Orixá das águas, como foi o caso de Omolu, que era filho de Nanã, mas foi criado por Iemanjá.
Antes disso, Iemanjá dedicava-se à criação de peixes e ornamentos aquáticos, vivendo em um rio que levava seu nome e banhava as terras da nação de Egbá.
Quando convocada pelos soberanos, Iemanjá foi até o rio Ogun e de lá partiu para o centro de Aiê para receber seu emblema de autoridade: o abebé (leque prateado em forma de peixe com o cabo a partir da cauda), uma insígnia real que lhe conferiu amplo poder de atuar sobre todos os rios, mares, e oceanos e também dos leitos onde as massas de águas se assentam e se acomodam. Obatalá e Odudua, seus pais, estavam presentes no cerimonial e orgulhosos pela força e vigor da filha, ofereceram para a nova Majestade das Águas, uma jóia de significativo valor: a Lua, um corpo celeste de existência solitária que buscava companhia. Agradecida aos pais, Iemanjá nunca mais retirou de seu dedo mínimo o mágico e resplandecente adorno de quatro faces. A Lua, por sua vez, adorou a companhia real, mas continuou seu caminho, ora crescente, ora minguante..., mas sempre cheia de amor para ofertar.
A bondosa mãe Iemanjá, adorava dar presentes e ofereceu para Oiá o rio Níger com sua embocadura de nove vertentes; para Oxum, dona das minas de ouro, deu o rio Oxum; para Ogum o direito de fazer encantamentos em todas as praias, rios e lagos, apelidando-o de Ogum-Beira-mar, Ogum-Sete-ondas entre outros.
Muitos foram os lagos e rios presenteados pela mãe Iemanjá a seus filhos, mas quanto mais ofertava, mais recebia de volta. Aqui se subtrai o ensinamento de que "é dando que se recebe".

Lendas e histórias Iemanjá

Conto de Iemanjá
Era o fim de uma tarde de verão. O céu estava claro e o Sol enviava seus últimos raios, banhando as águas límpidas e mornas; na areia, agora coberta de sombras, encontrava-se o repouso convidativo; no ar sentia-se o aroma da natureza.
Na praia semideserta, um homem vestido de branco, descalço, caminhava a passos lentos, porém firmes. Notava-se a seriedade que o envolvia, o olhar fixo nas águas do mar, como se algo estivesse buscando.
De repente parou e retirou do pescoço uma guia, na qual as cores azul e branca se alternavam; fazendo uma ligeira reverência, caminhou para o mar, com a água lhe chegando até a cintura.
Olhando para o céu, já agora não tão claro quanto antes, permanecia imóvel, dando a perceber que seus pensamentos estavam voltados para o astral; curvou-se lentamente e deixou que a guia fosse envolvida pela espuma branca.
Nesse, momento sentiu um tremor, todo seu corpo vibrou, como se um raio o tivesse atingido.
As águas tornaram-se revoltas, cânticos dos mais suaves começaram a ser entoados, odores agradabilíssimos inundaram o ambiente; e eis que surge sobre as ondas uma figura onipotente:
Iemanjá, Rainha do Mar !
A emoção tomou conta do filho; suas preces haviam sido atendidas e, por mais que quisesse dizer alguma coisa, não consegui falar. Apenas, com muita dificuldade, entre os lábios trêmulos, murmuro:
“Minha mãe!”
Momentos depois, quando voltou a si, encontrava-se deitado na areia, com a guia em torno do pescoço.
Levantando-se, pôs-se a caminhar e, no silêncio daquela praia , tinha um só pensamento:
´´Eu vi a Rainha do Mar! Eu vi Mamãe Iemanjá!".

Babalorixá Paulo Newton de Almeida

Sereias, as donzelas do mar

Os antigos marinheiros que regressavam de terras e mares distantes freqüentemente contavam histórias sobre Sereias e mulheres do mar. As Sereias aparecem nas lendas mais velhas de algumas das mais antigas civilizações do mundo, tendo origem em adoração de deuses de muitas mitologias. Os Babilônicos, os Filisteus e os Sírios adoravam deuses com caldas de peixe. Sereias também aparecem em moedas fenícias e coríntias. Possêidon e Netuno, na mitologia greco-romana, também eram descritos como sendo metade homem, metade peixe, o mesmo vale para Tritão. Lendas ao redor de Alexandre, o Grande descrevem como ele visitou o fundo do oceano num globo de vidro e teve muitas aventuras ao lado de belas Sereias. Plínio conta que um oficial de César Augusto viu numerosas Sereias "arremessadas à costa e mortas" numa das praias da Gália.
A visão das Sereias como seres divinos mudou com a chegada do Cristianismo. O ícone da Sereia segurando seu pente e espelho foram primeiramente retratadas na Idade Média, vindo representar para a Igreja a vaidade, o desejo e beleza feminina, causadores da destruição do homem e da alma Cristã. De um status quase divino, as Sereias se tornaram um valor estético, o foco para misogenia que, ao invés de causar medo, tornou-a ainda mais fascinante.
Na tradição folclórica, histórias de Sereias são freqüentemente trágicas. As solitárias Sereias ocasionalmente assumem a forma humana durante uma noite para participarem de festejos celebrado em alguma aldeia. Algumas vezes, um homem tirava-lhes a capa ou cinto mágicos, impedindo-as de retornar aos mares, acarretando invariavelmente em desastre.
Casamentos entre seres humanos e Sereias raramente acabavam bem, embora muitos povos do litoral, principalmente no Nordeste da Escócia e na Cornualhia, tenham afirmado que entre seus antepassados se encontravam Sereias. Na Idade Média algumas distintas famílias francesas chegaram a falsificar suas árvores genealógicas para poderem afirmar serem descendentes da Sereia Melusina, mulher de Raymond, um parente do Conde de Poitiers.
A história de amor de Melusina também teve um final trágico. Segundo a lenda, uma das condições do casamento era a de que ele jamais poderia vê-la aos sábados, sob qualquer circunstância.
Melusina, continua a lenda, com suas próprias mãos construiu um majestoso castelo e o nomeou Lusinia. Eles tiveram vários filhos, embora cada um deles tenha apresentado alguma forma de deformidade. Um dos filhos mais jovens, por exemplo, possuía presas de javali ao invés de dentes, e ficou conhecido como Geoffrey "Le Grand Dente", conhecido também por seu temperamento violento.
Raymond e Melusina viveram felizes por muitos anos. Um sábado, porém, induzido pela maledicência de seu pai e irmãos, Raymond espreitou sua mulher durante o banho e teve uma inacreditável visão: da cintura para cima Melusina ainda era a bela mulher de sempre, mas da cintura para baixo ela estava transformada com uma calda de peixe (em algumas versões era uma calda de serpente). Mesmo chocado pela visão, Raymond não mencionou nada a respeito.
Certo dia, Melusina e Raymond foram informados que dois de seus filhos, Geoffrey e Fromont haviam lutado e que Fromont buscou refúgio em um monastério próximo. No entanto, Geoffrey, num acesso e raiva, colocou fogo no monastério, matando não só seu irmão como centenas de monges que lá se encontravam. Raymond, irado pela notícia, culpou Melusina pelo temperamento incontrolável de Geoffrey. Durante a discussão ele demonstrou saber a verdadeira natureza de Melusina, acusando-a de ter contaminado a nobre raça humana. Imediatamente após as palavras de raiva, Raymond implorou por perdão, mas já era tarde demais. Melusina o lembrou que ele havia quebrado seu voto. Melusina partiu, transformada, e Raymond nunca mais a viu.
De acordo com as lendas Francesas, Melusina pode ser vista nos arredores de Lusinia e outros castelos onde nobres e reis vivem, chorando e gritando sempre que algo trágico está para acontecer para família. Ela se tornara um arauto da morte.
Contos de fadas populares como "Ondina", escrito por Friedrich de la Motte Fouqué, e "A Pequena Sereia", de Hans Christian Andersen, possuem muitas características da lenda de Melusina e podem ser vistas como variações do mito. Com o tempo a literatura começa a usar a Sereia como uma descrição da mulher, ao invés da identificação a criatura em si. A Sereia havia se tornado uma metáfora.
Embora certamente o mito da Sereia remonte de deuses de civilizações primitivas, não se pode negar a influência que certos animais marinhos, principalmente aqueles com aparência análogas ao homem, devam ter tido para formação do mito. Independente de sua origem, o mito da Sereia não desaparece facilmente. Ainda em 1961 o Departamento de Turismo da ilha de Man, na Grã-Bretanha, ofereceu um prêmio para quem trouxesse do mar uma Sereia viva!
Dia do Fim do Mundo
Imagem se alguém perguntasse para você, o que estaria fazendo no dia 11 de agosto de 1999 as 10:30 horas ?
Era época de participar da tradicional 3.a Etapa do Campeonato Paulista de Vela de Oceano 1999.
Felipo, lancheiro desde os tempos da África do Sul onde enfrentava o mar com 4 a 5 metros de onda, montado em cima de uma lancha skiboat (para puxar esquis, portanto de borda baixa, e mais fácil de entrar água em mar pesado) para pescar perto de Cape Town.
Nos seus 65 anos pretende reformar um veleiro de madeira de 36 pés e viajar junto com a esposa para Cape Town, sendo esta a primeira parada ou quem sabe ir para a Itália visitar parentes.
De qualquer forma está treinado e a menos que o mundo acabe, tentará realizar seu sonho.
Conversamos sobre a data de levar o veleiro e casualmente a meteorologia anunciava que no 11 de agosto daquele ano era o último dia para pegarmos o tempo gostoso que faz antes de entrar uma frente fria e era uma quarta-feira.
Resolvemos sair naquele dia, porque era bom e se acabasse o mundo, a gente poderia dizer depois, que não poderia ter acabado da forma mais linda (mais ou menos como o desaparecimento do maior de todos velejadores, Éric Tabarli).
Primeiro Sinal
Saímos de Ilhabela as 06:00 horas da manhã e a força contra da correnteza vinda de Sul no canal, já dava indícios que a frente estava para chegar e a movimentação do mar era pesada.
Em dia de Fim do Mundo, qualquer sinal diferente do normal, é facilmente notado e ficamos mais atentos as próximas reações da natureza.
Fora isto, era um dia de agosto fresco com uma preguiçosa bruma que acorda nas montanhas, fazendo a silhuetas mudarem a tonalidade dependendo da distância.
Vento de quatro nós de Sudoeste, fracos e variáveis e dá-lhe motor.
Segundo Sinal
Olhei no relógio e era mais que 10:30 horas, Nostradamus se enganou? O dia ainda não acabou!
Andamos mais umas 10 milhas depois da Ilha do Toque-Toque e começo a enxergar dezenas de pontos pretos na água e bem no nosso caminho. Com tanto lugar, porque justamente a nossa frente?
Eram atobas boiando na água e não queriam sair da frente.
Será que o Fim do Mundo vai ser por ataque de pássaros, que nem nos filmes de Hitchcok?
Para nosso alívio saíram voando da frente a metros da proa do veleiro.
Balanço do Mar
A viagem andava normalmente, não fosse pelo seu Felipo que fazia longos zigue-zagues com o veleiro e até pensei que fosse por causa da falta de prática em mar aberto e não me preocupei,. Porém depois que passarmos o Montão de Trigo e já tinha muitas milhas de treinamento, estranhei os movimentos. Pedi para me passar o leme, pois queria sentir o que estava acontecendo.
Eu também não conseguia manter o rumo.
As ondas estavam com normais 1 a 1,5 metros, porém com um tope de onda grosso e intenso, mais ou menos como alguém muito gordo que nos empurra lento porém pesado e demoramos para voltar.
A coisa "tá" feia lá no Sul!
Terceiro Sinal
De repente vimos no meio do nada e vindo de Santos em nosso caminho, uma nuvem baixa, volumosa sendo trazida por um vento gelado no meio do mar e céu azuis. O que será? Talvez lá se esconda um buraco que está mandando vapor do Fim do Mundo? Porém como estávamos a fim de conhecer como seria atravessamos bem no meio..
Uma delícia, a mesma sensação que entrar numa sauna gelada, com o corpo quente, super refrescante, principalmente depois que saímos do outro lado ensolarado.
Deveria ter uns 500 metros de circunferência e com o topo da nuvem careca que nem padre franciscano, onde se podia ver o azul do céu.
Mais adiante somos ultrapassados por um belo pesqueiro sozinho no mar.
Quarto Sinal
Ao entardecer chegamos no costão da Tartarugas, Guarujá, para assistir a um lindo, exótico e avermelhado pôr de sol e concluímos finalmente que o dia do Fim do Mundo, na verdade foi o dia do Fim de Tarde.



Mensagem
Olhando esta história nos tempos de hoje, pois aconteceu em 1999 cada vez mais tenho a impressão de que atrás dos problemas existem soluções engenhosas.


Dia do Fim do Mundo


Dia do Fim do Mundo
Imagem se alguém perguntasse para você, o que estaria fazendo no dia 11 de agosto de 1999 as 10:30 horas ?
Era época de participar da tradicional 3.a Etapa do Campeonato Paulista de Vela de Oceano 1999.
Felipo, lancheiro desde os tempos da África do Sul onde enfrentava o mar com 4 a 5 metros de onda, montado em cima de uma lancha skiboat (para puxar esquis, portanto de borda baixa, e mais fácil de entrar água em mar pesado) para pescar perto de Cape Town.
Nos seus 65 anos pretende reformar um veleiro de madeira de 36 pés e viajar junto com a esposa para Cape Town, sendo esta a primeira parada ou quem sabe ir para a Itália visitar parentes.
De qualquer forma está treinado e a menos que o mundo acabe, tentará realizar seu sonho.
Conversamos sobre a data de levar o veleiro e casualmente a meteorologia anunciava que no 11 de agosto daquele ano era o último dia para pegarmos o tempo gostoso que faz antes de entrar uma frente fria e era uma quarta-feira.
Resolvemos sair naquele dia, porque era bom e se acabasse o mundo, a gente poderia dizer depois, que não poderia ter acabado da forma mais linda (mais ou menos como o desaparecimento do maior de todos velejadores, Éric Tabarli).
Primeiro Sinal
Saímos de Ilhabela as 06:00 horas da manhã e a força contra da correnteza vinda de Sul no canal, já dava indícios que a frente estava para chegar e a movimentação do mar era pesada.
Em dia de Fim do Mundo, qualquer sinal diferente do normal, é facilmente notado e ficamos mais atentos as próximas reações da natureza.
Fora isto, era um dia de agosto fresco com uma preguiçosa bruma que acorda nas montanhas, fazendo a silhuetas mudarem a tonalidade dependendo da distância.
Vento de quatro nós de Sudoeste, fracos e variáveis e dá-lhe motor.
Segundo Sinal
Olhei no relógio e era mais que 10:30 horas, Nostradamus se enganou? O dia ainda não acabou!
Andamos mais umas 10 milhas depois da Ilha do Toque-Toque e começo a enxergar dezenas de pontos pretos na água e bem no nosso caminho. Com tanto lugar, porque justamente a nossa frente?
Eram atobas boiando na água e não queriam sair da frente.
Será que o Fim do Mundo vai ser por ataque de pássaros, que nem nos filmes de Hitchcok?
Para nosso alívio saíram voando da frente a metros da proa do veleiro.
Balanço do Mar
A viagem andava normalmente, não fosse pelo seu Felipo que fazia longos zigue-zagues com o veleiro e até pensei que fosse por causa da falta de prática em mar aberto e não me preocupei,. Porém depois que passarmos o Montão de Trigo e já tinha muitas milhas de treinamento, estranhei os movimentos. Pedi para me passar o leme, pois queria sentir o que estava acontecendo.
Eu também não conseguia manter o rumo.
As ondas estavam com normais 1 a 1,5 metros, porém com um tope de onda grosso e intenso, mais ou menos como alguém muito gordo que nos empurra lento porém pesado e demoramos para voltar.
A coisa "tá" feia lá no Sul!
Terceiro Sinal
De repente vimos no meio do nada e vindo de Santos em nosso caminho, uma nuvem baixa, volumosa sendo trazida por um vento gelado no meio do mar e céu azuis. O que será? Talvez lá se esconda um buraco que está mandando vapor do Fim do Mundo? Porém como estávamos a fim de conhecer como seria atravessamos bem no meio..
Uma delícia, a mesma sensação que entrar numa sauna gelada, com o corpo quente, super refrescante, principalmente depois que saímos do outro lado ensolarado.
Deveria ter uns 500 metros de circunferência e com o topo da nuvem careca que nem padre franciscano, onde se podia ver o azul do céu.
Mais adiante somos ultrapassados por um belo pesqueiro sozinho no mar.
Quarto Sinal
Ao entardecer chegamos no costão da Tartarugas, Guarujá, para assistir a um lindo, exótico e avermelhado pôr de sol e concluímos finalmente que o dia do Fim do Mundo, na verdade foi o dia do Fim de Tarde.



Mensagem
Olhando esta história nos tempos de hoje, pois aconteceu em 1999 cada vez mais tenho a impressão de que atrás dos problemas existem soluções engenhosas.

JURASSIC PARK

A represa de Guarapiranga, sempre foi o berço de grandes nomes da vela nacional e também um parque ecológico dos mais expressivos, contrastando com a turbulência da cidade de São Paulo.
Além de uma grande caixa d'água de abastecimento.
Foi na mesma represa, que durante alguns anos na atividade de representante de um estaleiro no sul, fazia demonstrações e assistência na venda de veleiros, preparando futuros marinheiros em um barco cedido pela fábrica.
Em um dia de demonstração no mês de setembro, a represa estava particularmente linda, pois começavam os nevoeiros. No final de tarde o céu, assim como toda a mata, formavam tons claros e escuros de cinza com uma bola vermelha alaranjada e bem definida do sol, se pondo atrás das montanhas de fundo para quem olha da avenida Atlântica para o Bairro Riviera, do outro lado da represa.
Saímos para velejar em quatro pessoas, existia algum vento, uns 5 nós.
O papo rolava solto, fizemos um cafezinho a bordo, o tempo passou e começou um nevoeiro realmente muito denso.
A esta altura, estávamos voltando da Riviera e bem no meio da represa, próximo à Ilha dos Amores, deu calmaria total. Só enxergávamos as luzes da avenida Atlântica, indicando assim nosso rumo, porém vento que é bom, nada.
Depois de horas de conversas, o assunto começou a esgotar-se e de repente, parecia que todo mundo tinha combinado, silêncio total.
A paisagem era igual a dos filmes de suspense de Boris Karloff. Com aquela fumaça do fog londrino saindo da água que mais parecia azeite, uma luz amarela e formando neblina no horizonte .
De repente escutamos um barulho: "...fla ...fla ...fla ....fla ......flaflafla ...flaflafla ...flaflafla ......fla ...fla ...fla" e silêncio. Nos entreolhamos com misto de interrogação, expectativa e um certo medo para não dizer pânico. E de novo o barulho cada vez mais próximo: " ...fla ...fla ...fla ....fla ......flaflafla ...flaflafla ...flaflafla ......fla ...fla ...fla" e silêncio total. A esta altura, os olhares seguidos murmúrios, era o sinal de que estávamos nos sentindo no Jurassic Park e o que era pior, não era filme mas pura realidade.
Os pensamentos novamente foram interrompidos por outro: "...fla ...fla ...fla ....fla ......flaflafla ...flaflafla ...flaflafla ......fla ...fla ...fla" e silêncio mórbido.
Só que o barco começou a balançar de um lado para o outro, como se fosse um pêndulo de relógio, todos com olhos arregalados entreolhavam-se, as cabeças começaram a se encaixar entre os ombros e miramos o tope do mastro, quando vimos dois olhos tão arregalados e curiosos quanto os nossos, fitando-nos de cima para baixo... Era uma coruja, procurando um lugar para pousar.

Superstições, mitos e lendas do mar


Superstições são crenças em relações de causa e efeito sem explicação lógica. As superstições são fundamentadas de maneira irracional no ser humano e tem a sua origem no medo, nas tradições populares ou no folclore. O sujeito supersticioso crê que suas ações de rezas, curas, conjuros, feitiços, simpatias ou antipatias, podem influenciar a sua e a vida dos outros.
Apesar de toda a tecnologia — barcos modernos, sistemas de GPS e sonares — quem se aventura pelo mar ainda mantém algum tipo de superstição. Pode ser desde um amuleto da sorte ou azar a ser evitado. As superstições marítimas são bastante antigas, pertencem a uma época em que a navegação tinha muito mais componentes de sorte. Essa precariedade fez com que os antigos marujos desenvolvessem crenças que pudessem trazer algum conforto e esperança contra o medo da morte e a fatídica viagem. Hoje em dia, apesar de toda a segurança disponível, busca e resgate de bombeiros e marinha, o mar ainda comanda surpresas e se mantém sempre imprevisível.
Conheça algumas superstições marítimas:
- Nunca rebatize um barco.
- Uma moeda de prata sob o mastro traz boa sorte.
- Jamais diga “boa sorte” para alguém que esteja em uma embarcação.
- Para alguns marinheiros a cor preta traz azar a bordo.
- Faça oferenda aos deuses antes de zarpar.
- Existem certos ventos tão terríveis que podem fazer barcos naufragarem.

O mar, bem como todos os outros elementos, montanhas e as matas é um rico e fértil território para o desenvolvimento de mitos e lendas. Parte se deve ao mistério e ao desconhecido que habita as paragens longínquas e desabitadas. Parte é imaginação. Há muito se ouvem histórias sobre monstros e criaturas marinhas, fantasmas que assombram a noite, as florestas e os oceanos.
Lendas
A figura mítica de Odisseus em sua trágica desventura no retorno a ilha de Ítaca, talvez tenha sido o primeiro a sofrer a fúria e as paixões das terríveis criaturas marinhas. Podemos destacar o episódio das sereias, ou encantadas, que, com seus cantos, tragavam homens e almas para o fundo do mar.

Instruído sabiamente pelos deuses, Odisseus soluciona o enigma: manda que sua tripulação tampe os ouvidos com cera de abelhas para que não ouvissem o canto temeroso das sereias e, com isso, não se jogassem ao mar. Porém, ele mesmo, o divinal Odisseus, manda que sua tripulação o amarre o mastro principal sem a cera nos ouvidos. Com isso, ele, mesmo amarrado ao mastro, ouve o belo e fatal canto das sereias sem sofrer as consequências.
Há ainda a vasta enciclopédia de livros e filmes sobre o Triângulo das Bermudas, onde navios e embarcações misteriosamente desaparecem sem deixar vestígios. Algumas dessas lendas têm origem na realidade e casos sobre esse lugar continuam a surgir. As superstições, mitos e lendas, residem nesse espaço entre a realidade, os fatos e a imaginação.

LENDAS DO MAR...

Um dia, quando o mar estava encapelado e ameaçador, veio uma onda e atirou para terra uma bela sereia de escamas reluzentes na metade inferior do corpo e pele muito branca e macia na metade superior. Fosse como peixe, fosse como mulher, era uma criatura invulgarmente estranha e atraente.
Quando recuperou os sentidos, a sereia descobriu que estava deitada em cima de uma rocha, não tendo qualquer forma de regressar ao mar, que era o seu meio natural.
Fora dele não teria muito tempo de vida.
Apareceu então na praia um jovem pescador que era pobre e triste e que nem dinheiro tinha para comprar um barco e se aventurar nas águas. Como não podia encher as redes de peixe, andava pelas rochas a apanhar mexilhões e caranguejos.
Quando cumpria essa monótona tarefa de todos os dias, levantou ligeiramente a cabeça e viu a bela sereia que o olhava, implorando ajuda.
– Quem és tu e o que fazes aqui? – quis saber o pescador, entre fascinado e amedrontado com tão inesperada visão.
– Eu sou uma sereia do mar e fui atirada para cima desta rocha por uma onda grande e feia que tinha inveja da minha beleza. Agora estou aqui presa e se não voltar à água acabarei por morrer. [...] Se me puseres depressa dentro de água, eu virei todas as semanas, num dia certo, aqui à praia, para trazer-te ouro e prata. Será essa a recompensa do favor que me vais fazer.
O jovem pescador, que era pobre e tinha irmãos mais novos para sustentar, não pensou duas vezes: pegou na sereia ao colo e lançou-a à água, não sem que antes combinasse o dia e a hora em que ela o visitaria todas as semanas.
Durante anos, a bela sereia cumpriu o que prometera. Sempre que se encontrava na praia com o pescador, entregava-lhe quantidades consideráveis de metais preciosos, que ele ia aplicando em negócios vários. Não foram necessários muitos encontros para que ele pudesse considerar-se um homem rico.
Os anos passaram, e o pescador sentiu no corpo o peso da idade. Envelhecera. A sereia, porém, mantinha-se inalteravelmente jovem e bela, demonstrando pertencer ao mundo das coisas eternas.
Um dia, o pescador, que já possuía casas, barcos, automóveis e outros bens que lhe dariam para viver regaladamente o tempo de várias vidas, interrogou-se: «Será que eu venho à praia todas as semanas para receber a minha recompensa ou para ver a sereia?» Não tardou a perceber que era a presença da sereia e a sua beleza que o faziam percorrer aquele caminho, fizesse chuva ou sol. Ao ouro e à prata, já pouca atenção dedicava. Se um dia ela desaparecesse, a sua vida deixaria de ter sentido.
Apesar de ter muitas pretendentes, o pescador nunca chegou a casar-se, e no dia em que a sereia, considerando cumprida a sua promessa, deixou de aparecer na praia, sentiu que se apoderava dele uma grande tristeza e que nem toda a riqueza do mundo o voltaria a fazer feliz. Para a recordar, mandou erguer sobre a rocha, onde muitos anos antes a encontrara, uma bela estátua de bronze, que ali permaneceria como homenagem à sua beleza.